sexta-feira, 2 de abril de 2010

TEMPOS DE PAZ

Preciso escrever.

Desde que aprendi o ofício de me fazer entender pela linguagem escrita, ainda em tenra idade, utilizo-a para externar minhas emoções. É com ela, através dela, da língua escrita, que entendo meu pranto, meu espanto, a dor que faz meu coração doer, ocupando o espaço além do permitido pela anatomia humana dentro do meu peito. A dor que sinto neste momento que me obriga a escrever com as lágrimas ainda saltando de meus olhos já tão doloridos.
O filme me foi indicado pelo dono na locadora. Ele sempre sabe do que vou gostar. Cheguei, depois de um dia de trabalho e chuva em seu estabelecimento e perguntei o que havia de bom para o feriado. Respondeu sorrindo que tinha a certeza que eu gostaria muito de “Tempos de Paz”, filme de Daniel Filho com Tony Ramos e Dan Stulbach (que ator!!!!). Desnecessário falar do Tony Ramos. Como pode um ator saltar impunemente de uma comédia “Se eu fosse Você”, numa interpretação primorosa, para um filme como “Tempo de Paz”? Só com talento, isso é certo.

“Tempo de Paz” trata com delicadeza e muita arte das minhas duas paixões: a língua e o teatro. Portanto é um filme metalingüístico, sensível que provoca o que há de mais profundo no ser humano, a compaixão.


O Dan interpreta um imigrante polonês que precisa convencer o funcionário da Alfândega (Tony Ramos) de que deve ficar no Brasil. Para tanto é desafiado a provocar no homem que está com sua vida nas mãos – um torturador frio e sofrido – as lágrimas da emoção. Daí em diante o filme depende do espectador, da sua sensibilidade e capacidade de se deixar penetrar pelo texto, pela emoção e implodir em prantos. Pelo menos foi o que aconteceu comigo.

Que filme!

Há muito não vivenciava essa catarse. A última vez de que me lembro foi com a cena do Tom Hanks vivendo o aidético que, ao som de Maria Calas, dança e diz o monólogo que lhe deu o Oscar.

Mas “Tempo de Paz” é brasileiro, fala do Brasil nos anos 40, o texto é primoroso, os diálogos entre os dois protagonistas (maior parte do filme) tocam profundamente na alma brasileira.

Preciso dar mais atenção ao cinema brasileiro. Com o personagem Clausewitz, aprendi muito sobre mim, se o que sei fazer é (...) como vou fazer outra coisa? Se há ou não espaço para o que faço paciência, mas é o que faço e o que me faz Feliz.

Um comentário:

cRistiNa LiMa disse...

Nanazinha!
Ótima dica, vou assistir!
Vou aparecer mais vezes pq adoro suas dicas e sempre fica a ponta d curiosidade d saber o q vc sabe rsrsrs.

Qto a sua forma d escrever sou obrigada a comentar, mas com meu "sotaque literário": 'PQP!kkkkk, vc é muito fod@!'
Ler tua escrita é ler vc pelo avesso...hummm... cabe um texto d'eu procê; aff q ousadia! Escrever Anália Maia, kkkk, eu sou ridícula! Anália não tem sinônimos é antagonismo na forma bruta, jamais será lapidada, pq é assim... Anália!
Continue blogando pra eu continuar viajando, um dia quem sabe escreverei de forma tão comprometida, até lá vou arrastando a lingua nesse sotaque carioca: "aê! Show tua dica mermão... rsrsrs"
bjs bjs bjs.............bjs
deb.