domingo, 25 de abril de 2010

A FERRO E FOGO e O DILÚVIO (cinco volumes)

A Ferro e Fogo, volumes 1 e 2, representa a primeira Parte da Triologia de Henryk Sienkiewicz sobre as Guerras da República Polonesa no século XVII, seguida pelos três volumes de O Dilúvio, continuação e Segunda Parte da Triologia sobre as terríveis guerras travadas por Poloneses, Ucranianos, Lituanos, Tártaros, Suecos, Alemães, enfim, os vizinhos da pequena grande Polônia.







Henryk Sienkiewicz é prêmio nobel de Literatura de 1905 com "QUO VADIS", autor de narrativa fluente e entusiasmada, permeia as atrocidades da guerra corpo a corpo com o humor delicado e ingênuo, próprio da época. Há também uma linda história de amor, ao estilo dos cavaleiros da Idade Média.


Os personagens, na maioria, são reais. Pesquisei na internet e pude comprovar a sua veracidade. No entanto trata-se de romance histórico, com toques de fantásticos e narrativas mirabulantes. Com as peripécias próprias do romantismo de primeira fase, nacionalismo, honra e amor à Pátria.



Vale a pena ler. Eu indico sem medo.


Devo pedir desculpas, precisarei me afastar para dedicação exclusiva à pesquisa científica. Terei que deixar minhas leituras de lazer para mergulhar em buscas e leituras técnicas. Mas logo que puder voltarei, ou não, nunca se sabe o que haverá após a próxima curva da estrada.
Amo vocês e agradeço o carinho que me dedicaram nestes dois, quase três, anos de contato virtual.

segunda-feira, 5 de abril de 2010


Lembro com saudades dos tempos passados quando escrevia compulsivamente em resposta a todos os sentir da Vida.
Cristina é assim. Menina escritora. Compulsiva no seu dialogar com o Mundo. Vejo-me nela, compassiva no seu penar de artista, pulsando junto à Gáia no ritmo da criação.

Procuro dar-lhe respaldo na sua produção literária existencial.

Qual não foi a minha surpresa ao receber o texto abaixo. Resultado desse encontro antigo com o mais recente fruto de Gáia com o deus homem, somos eu e ela. Mãe e filha cósmica?


Leiam o poema de Cristina Lima e tirem as suas conclusões.

PERDIDA
Cristina Lima


Perdida, estou perdida.
Não é apenas sobre achar o caminho,
É sobre achar a mim mesma,

Olho para trás, vejo tantas de mim.
Olho para dentro... Quem sou?
Shakespeariano isso... “Ser ou não ser”.
O futuro acena da densa névoa, mal posso ver...

Cheguei ao limite,
Sinto paixão, ciúmes, raiva, ansiedade...
Diante de mim um abismo,
Não é a morte, não é o fim, tampouco o começo.

Apareceu na minha vida uma mulher,
Cheia de paradoxos,
Antagônica, convexa e cônica,
De pensamentos em dégradé, esmaecendo na realidade.

Os cabelos de Anália mudam do cinza à púrpura;
Tinge os fios como tinge a vida;
A hora que bem entende!

Eu a olho; Eu me vejo;
Histórias diferentes? Nunca fomos apresentadas.
Sofrimentos empurrados para trás dos cabides,
Eis o mostro do armário;
Joga um beijo pra morte: Hoje não meu bem...
Ainda não...

Quando ela passa, observo,
Sou eu não sou?
Estou perdida de mim...
Logo no sacolejar da cabeça:
Ela é ela! Eu sou eu!

Sua imagem torna-se clara,
A névoa dá uma trégua,
E acena pra mim...

sexta-feira, 2 de abril de 2010

TEMPOS DE PAZ

Preciso escrever.

Desde que aprendi o ofício de me fazer entender pela linguagem escrita, ainda em tenra idade, utilizo-a para externar minhas emoções. É com ela, através dela, da língua escrita, que entendo meu pranto, meu espanto, a dor que faz meu coração doer, ocupando o espaço além do permitido pela anatomia humana dentro do meu peito. A dor que sinto neste momento que me obriga a escrever com as lágrimas ainda saltando de meus olhos já tão doloridos.
O filme me foi indicado pelo dono na locadora. Ele sempre sabe do que vou gostar. Cheguei, depois de um dia de trabalho e chuva em seu estabelecimento e perguntei o que havia de bom para o feriado. Respondeu sorrindo que tinha a certeza que eu gostaria muito de “Tempos de Paz”, filme de Daniel Filho com Tony Ramos e Dan Stulbach (que ator!!!!). Desnecessário falar do Tony Ramos. Como pode um ator saltar impunemente de uma comédia “Se eu fosse Você”, numa interpretação primorosa, para um filme como “Tempo de Paz”? Só com talento, isso é certo.

“Tempo de Paz” trata com delicadeza e muita arte das minhas duas paixões: a língua e o teatro. Portanto é um filme metalingüístico, sensível que provoca o que há de mais profundo no ser humano, a compaixão.


O Dan interpreta um imigrante polonês que precisa convencer o funcionário da Alfândega (Tony Ramos) de que deve ficar no Brasil. Para tanto é desafiado a provocar no homem que está com sua vida nas mãos – um torturador frio e sofrido – as lágrimas da emoção. Daí em diante o filme depende do espectador, da sua sensibilidade e capacidade de se deixar penetrar pelo texto, pela emoção e implodir em prantos. Pelo menos foi o que aconteceu comigo.

Que filme!

Há muito não vivenciava essa catarse. A última vez de que me lembro foi com a cena do Tom Hanks vivendo o aidético que, ao som de Maria Calas, dança e diz o monólogo que lhe deu o Oscar.

Mas “Tempo de Paz” é brasileiro, fala do Brasil nos anos 40, o texto é primoroso, os diálogos entre os dois protagonistas (maior parte do filme) tocam profundamente na alma brasileira.

Preciso dar mais atenção ao cinema brasileiro. Com o personagem Clausewitz, aprendi muito sobre mim, se o que sei fazer é (...) como vou fazer outra coisa? Se há ou não espaço para o que faço paciência, mas é o que faço e o que me faz Feliz.