sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

MINHAS LEITURAS


SOUZA, Percival de. "Autópsia do Medo" - Vida e Morte do delegado Sérgio Paranhos Fleury. É um estudo profundo sobre seu objeto. O campo da pesquisa é a memória de um homem que, baseado no destro uso do medo, levou a cabo uma guerra terrível e vitoriosa contra os inimigos do status quo que representou e defendeu. Mas o temível delegado Fleury aqui revelado não é o monstro desapiedado e óbvio que ele mesmo cultivou como alterego para initmidar a quem interessar pudesse. É o que casou, teve filhos, amigos, nutriu uma paixão avassaladora - e correpondida - por uma mulher da banda inimiga, e que se notabilizou como profissional dedicado, cotidiana e metodicamente aplicado a elaborar o terror em sua mais pura composição. (Sinopse da Editora Globo).

VENTURA, Zuenir. "1968- O Ano que não Terminou - A Aventura de uma geração.

Resultado de um mergulho de dez meses nos jornais e revistas da época, atualizado por dezenas de depoimentos, a obra de Ventura é uma fascinante reconstituição do ano 68 no Brasil - de uma época e de seus heróis, de seus dramas e paixões, de suas lutas e vitórias.

Apesar do rigor histórico com que os acontecimentos são reconstruídos e os personagens revividos, 1968: o ano que não terminou não é propriamente um livro de história. É na verdade o romance sem ficção de uma geração que queria virar o mundo pelo avesso. Zuenir Ventura não produziu um relato passional. Apaixonado, sim, mas não panfletário. Testemunha e parciticpante daqueles tempos de exaltação, Zuenir Ventura faz de 1968 uma reconstituição como até hoje não se havia feito. E seu mergulho naquela geração mostrou-lhe que o melhor legado que ela deixou não está no gesto - muitas vezes desesperado, outras vezes autoritário - mas na paixão com que foi à luta. E esta grande paixão que autor agora nos mostra. Com simpatia, mas sem indulgência.
(Sinopse da Editora Nova Fronteira)

BANVILLE, John. "O Mar".

Não cabe aqui a sinopse, impossível tal empreitada. A obra de Banville é pura poesia em prosa, um livro fascinante, daqueles que sorvemos lentamente, saboreando cada palavra, com medo de chegar às suas últimas páginas. A narrativa é simples. A excelente tradução de Maria Helena Rouanet preserva o valor literário da obra. A identificação do leitor com a narrativa (até mesmo pela simplicidade poética, apesar do seu valor literário incontestável) é fato. Alguns pensamentos do narrador/personagem, algumas reflexões e inferências a respeito da vida, a leitura que efetua do seu mundo, tudo remete à universalidade da obra.

Uma leitura saborosa e profunda, divertida e esclarecedora. Impossível se ater a uma trama narrativa que só empobreceria a indicação da obra. A história de um homem maduro, viúvo da perda recente da esposa, buscando respostas na recriação do passado, as angústias causadas pela proximidade da velhice, nada disso é suficiente para transmitir aos meus amigos o verdadeiro significado da leitura de "O Mar".

Só lendo, só passeando por suas páginas, saboreando as palavras e as reflexões do narrador e personagem para entender minha indicação e encantamento com a obra de Banville, "O Mar".


FISCHER, Tibor. "A Gangue do Pensamento". Consagrado por seu raro talento, Tibor fischer oferece ao leitor brasileiro uma fina iguaria, condimentada com o mais corrosivo humorf, a mais demolidora ironia e a mais inteligente irreverência.

Dois protagonistas forjados por desventuras e ceticismo praticam assaltos a bancos em meio a reflexões e comentários filosóficos - ora citando os expoentes da filosofia ociental, ora questionando o sentido da vida, o poder do dinheiro, a função do homem na natureza e os destinos da humanidade. Sarcástico e instigante do princício ao fim, Fischer faz aqui um magistral uso da linguagem, transformando-a na verdadeira espinha dorsal dessa obra permeada de criatividade e brilho.

(Sinopse da Editora Rocco)

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

O BAILE, Um filme de Ettore Scola

Estamos em 1983, em um grande salão de baile construído nos anos 30. As primeiras a chegarem são as mulheres, tipificadas, representando as inúmeras manifestações femininas. Em seguida chegam os imponentes, tímidos ou amedrontados homens.

Personagens que dançam e que, dançando, fazem uma retrospectiva dos principais fatos que têm início nos anos 30 e termina no "fim do Baile" nos anos 80.

Os períodos são destacados por fotos em preto e branco. Nenhuma palavra é dita, toda a leitura é efetuada pela movimentação corporal dos atores. O diálogo corporal é completamente tocante, não há como não se emocionar, sentir profundamente com a narrativa genial do "Baile".

Os períodos históricos vão se desenrolando ao som das músicas e nos movimentos da dança. O cenário não muda, é o salão amplo e bem iluminado onde toda a história se desenrola, ao som de diversos ritmos. Conhecemos então a história da França nos anos 30; a ascensão da classe trabalhadora; a ocupação nazista durante a 2a. Guerra Mundial; a libertação da França pelas forças aliadas; a musicalidade de Glenn Muller; a chegada do Rock n'roll; o movimento estudantil; o brilho estonteante dos anos 70.

É um filme para se assistir inúmeras vezes, pela riqueza de detalhes e pelas sutilezas que desfilam por toda a narrativa.

Premiado com o "César" nas categorias de Melhor Diretor (Ettore Scola), melhor filme e música com o "Urso de Prata" no Festival de Berlim.


IMPERDÍVEL!

sábado, 2 de fevereiro de 2008

FOTOGRAFIA

A fotografia talvez seja a mais democrática das ARTES, apesar de, para alguns, assim não ser considerada, é no "click" da câmara que o olhar do artista é concretizado e socializado. É bem verdade que nem sempre o olhar do observador está devidamente liberado para a ARTE - não só da fotografia como para qualquer outra de suas manifestações - e aí.... azar é de quem olha e não vê!!!

Tenho um amigo, lá das bandas de Varginha, que com um celular faz coisas incríveis. Vou deixar que suas fotos sejam as minhas testemunhas.