segunda-feira, 5 de abril de 2010


Lembro com saudades dos tempos passados quando escrevia compulsivamente em resposta a todos os sentir da Vida.
Cristina é assim. Menina escritora. Compulsiva no seu dialogar com o Mundo. Vejo-me nela, compassiva no seu penar de artista, pulsando junto à Gáia no ritmo da criação.

Procuro dar-lhe respaldo na sua produção literária existencial.

Qual não foi a minha surpresa ao receber o texto abaixo. Resultado desse encontro antigo com o mais recente fruto de Gáia com o deus homem, somos eu e ela. Mãe e filha cósmica?


Leiam o poema de Cristina Lima e tirem as suas conclusões.

PERDIDA
Cristina Lima


Perdida, estou perdida.
Não é apenas sobre achar o caminho,
É sobre achar a mim mesma,

Olho para trás, vejo tantas de mim.
Olho para dentro... Quem sou?
Shakespeariano isso... “Ser ou não ser”.
O futuro acena da densa névoa, mal posso ver...

Cheguei ao limite,
Sinto paixão, ciúmes, raiva, ansiedade...
Diante de mim um abismo,
Não é a morte, não é o fim, tampouco o começo.

Apareceu na minha vida uma mulher,
Cheia de paradoxos,
Antagônica, convexa e cônica,
De pensamentos em dégradé, esmaecendo na realidade.

Os cabelos de Anália mudam do cinza à púrpura;
Tinge os fios como tinge a vida;
A hora que bem entende!

Eu a olho; Eu me vejo;
Histórias diferentes? Nunca fomos apresentadas.
Sofrimentos empurrados para trás dos cabides,
Eis o mostro do armário;
Joga um beijo pra morte: Hoje não meu bem...
Ainda não...

Quando ela passa, observo,
Sou eu não sou?
Estou perdida de mim...
Logo no sacolejar da cabeça:
Ela é ela! Eu sou eu!

Sua imagem torna-se clara,
A névoa dá uma trégua,
E acena pra mim...

7 comentários:

João Videira Santos disse...

...E aqui canta a alma no fermento dos sentidos...

Atentem...

"...Os cabelos de Anália mudam do cinza à púrpura;
Tinge os fios como tinge a vida;
A hora que bem entende!

Eu a olho; Eu me vejo;
Histórias diferentes? Nunca fomos apresentadas.
Sofrimentos empurrados para trás dos cabides,
Eis o mostro do armário;
Joga um beijo pra morte: Hoje não meu bem...
Ainda não...

Quando ela passa, observo,
Sou eu não sou?
Estou perdida de mim...
Logo no sacolejar da cabeça:
Ela é ela! Eu sou eu!

Sua imagem torna-se clara,
A névoa dá uma trégua,
E acena pra mim..."

Há comentários que não se fazem, digerem-se!

Na fobia dos sentidos deixo escapar duas palavras...

Com elas deixo a razão do que acabo de ler...MUITO BOM!

Beijos,Anália!

cRisTina LiMa disse...

Nossa...Fiquei até com a garganta seca!
Fenix, muito obrigada pelas palavras, por postar meus pensamentos no blog, muito bacana!
Quanto ao comentário do João, meu sotaque carioca grita:" Caracaaaa!!!" rs. Fico com o lisonjeio espremendo minha barriguinha e arrepiando minha espinha... Muito bom - ele disse.
Uau, começo a acreditar que consigo escrever...
bjs bjs.

Anônimo disse...

Que texto!!!

Preciso ler e reler,profundo...

...olho para trás, vejo tantas de mim...
...sofrimentos empurrados para trás dos cabides...
...sou eu não sou?

Bj

Marcia

Anônimo disse...

Belíssima poesia!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

E segue em frente Blogueira!!! Desiste não!!!!
Deixa tua marca na blogosfera,

porque se de todo te calares
de que te servirão,
as palavras não ditas?

Beijos!!!!!


Welington

Anônimo disse...

vocé nunca sera perdidavoce entro no meu coraçaoé nunca podera sair daquio amor é eternidade,nao importa o futuro,uma vez que voce entro com amor milhoes de beijos

did de paris !

Anônimo disse...

Anália,
Um espetáculo! Adorei!
Beijos.

Fernando

Anônimo disse...

E se sonhar fosse proibido?
Onde ficariam nossas esperanças, nossos desejos profundos que tantas vezes se
ocultam de nós mesmos?
Onde ficariam as flores, o mar, a lua? Onde ficariam em meio à tanta
desilusão?
E se para se sonhar tivéssemos que desistir?
E se tivéssemos que desistir de sonhar?
Onde estaria a glória que muitas vezes só se consegue viver no sonho?
Para onde iria a vontade e o desejo?

E se nos fosse proibido imaginar?
Não continuaria a escrever...
Comecei a me perguntar sem pensar, mas prossegui pensando e imaginando
“que
fim terá esse poema?”
Posso cantá-lo, lê-lo, guardá-lo.
E se eu não pudesse imaginar o fim desse poema?
Não teria nem começado.

E se tivéssemos que escolher entre a vida e o sonho?
Um céu de baunilha entre um céu cinzento de verdade?
Entre um final feliz de um filme e a oportunidade de tentar fazê-lo ser real?

E se não pudéssemos pensar que amanhã será melhor que hoje, mesmo que se
saiba que isso pode não acontecer?

E se não pudéssemos perguntar?

E se não pudéssemos sonhar?

E se não pudéssemos sonhar...creio que não poderíamos viver!


Isabela Morais