quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

CARNAVAL 2009

Este ano não vai ser igual àquele que passou....

Mas foi exatamente igual, em casa, cuidando da família e.... assistindo filmes. Na sexta-feira (este hífen permanece?), enfim, com ou sem hífen, passei na locadora e peguei alguns filmes para o Carnaval. Geralmente acerto em cinquenta por cento, mas dessa vez tive sorte, acertei em cheio. As histórias, da multiplicidade dos gêneros, atingiram minha emoção e minhas reflexões.

As sinopses que postarei são da contra capa dos DVDs, nem sempre dão as informações exatas ou mesmo aproximadas da trama, nesses casos incluirei algumas observações pessoais.

Só não posso escrever uma crônica para cada um porque foram muitos, por isso faço apenas menção, como sugestão para os amigos cinéfilos como eu.

E que vença o SALGUEIRO, vermelhoebranco do coração, assim como vermelhoebranco o AMERICA. Ei de torcer, torcer, torcer........


"O Mahabharata" partes I, II e III - são três DVDs. Parece que é muito, mas o filme é tão empolgante que nem percebi o passar do tempo. É bem verdade que interessa mais aos aficcionados do induísmo. Sobre este escrevi um texto que está no meu outro blog cujo o endereço é http://sadhanalia.blogspot.com/, passa lá e dê uma espiadinha.... hoje estou hilária!

"O Inquilino" Um detetive procura um matador impiedoso que tem assassinado prostitutas em West Hollywood. Tudo indica que os métodos sombrios do assassino são idênticos aos do famoso psicopata da Londres do século 19 conhecido como Jack, o Estripador. Para piorar as coisas, o detetive logo percebe que há coincidências entre os crimes cometidos pelo bandido e os cometidos por outro serial killer preso anos antes.
Gênero: Suspense
Tempo: 95 min.
Lançamento: 2009
Lançamento DVD: Jan de 2009
Distribuidora: Sony Pictures

"A Estranha Perfeita" - A jornalista Rowena (Halle Berry) resolve fazer uma investigação independente do assassinato de uma amiga. Assim, ela começa a mergulhar no universo dela, disfarçando-se tanto no mundo real quanto no virtual, da internet, e acaba se envolvendo em um relacionamento complicado e obsessivo on-line com um homem (interpretado por Bruce Willis).
Gênero: Suspense
Tempo: 109 min.
Lançamento: 13 de Abr, 2007
Lançamento DVD: Set de 2007
Classificação: 14 anos
Distribuidora: Columbia

"A Escolha Perfeita"Um jovem, que foi abandonado pelos pais ainda na infância, sofreu vários tipos de abuso em lares adotivos. Já adulto, sofre com pesadelos que se tornam cada vez mais constantes e violentos, mas tenta ajeitar a situação com a ajuda de um psiquiatra. Um dia, ele conhece uma garota que tem tantos problemas quanto ele. Eles começam um relacionamento que parece ser a solução dos problemas que cada um enfrentou no passado, um dando o suporte necessário para o outro. Porém, os pesadelos dele voltam com mais força, em certa altura, colocando não só o relacionamento dos dois em risco, mas as suas vidas também. "

Título Original: A Perfect Fit.Origem: Estados Unidos, 2005.Direção: Ron Brown.Roteiro: Ron Brown.Produção: G. Mac Brown, Ron Brown, Alexander Klymko e Elana Pianko. Fotografia: Learan Kahanov.Edição: Joe Hobeck.Música: Michael Montes.

"Control" - Este foi a escolha perfeita - não plageando o filme acima - adorei. Naturalmente que não posso compará-lo com o Mahabharata, que é outro "lance", relacionado com minha evolução interior. Mas "Control" é uma obra de arte. Magnífico. Até a sinopse no verso está bem feita, retratando com primor o conteúdo do filme.

Lá vai: Esta aguardada cinebiografia foca os tormentos de Ian Curtis (Sam Riley). O inglês ficou famoso mundialmente como o enigmático vocalista da banda de rock-and-roll Joy Division. Sua trajetória, no entanto, foi interrompida bruscamente quando cometeu suicídio, aos 23 anos.

De resto é necessário assistir, é muito mais que uma cinebiografia. Peço atenção para as letras das músicas da banda (todas de autoria de Ian Curtis) IAN - I AM. Lindo, não????

Meus queridos, um abraço cinéfilo no coração de vocês.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

A CIDADE DO SOL - Khaled Hosseini

Hosseini se supera nessa obra delicada, pungente e envolvente. Tive o prazer de ler “O caçador de pipas”, que considero um dos melhores livros que li em 2008, só perdendo para a “Menina que roubava livros” – no gênero – mas “A cidade do sol” é superior em muitos níveis literários. É um livro bem construído, claro, quase um poema. O lirismo da narrativa é alicerçado por um poder descritivo próprio do autor, pela coesão perfeita, sem deslizes, pela simplicidade linear dos fatos, pelo realismo ao mesmo tempo cruel e belo.

Hosseini nos proporciona uma leitura apaixonante, desperta os mais diversos sentimentos e emoções no leitor.

Hosseini, um afegão, transmite com exatidão o sentir feminino, seus sonhos, suas frustrações e, principalmente, a submissão e aceitação da mulher afegã.

“A cidade do sol” é uma obra que marcará para sempre minha memória, é dessas leituras que permeiam nossos dias, nossa vida, nossas experiências. Talvez por ser mulher, ocidental e livre, Hosseini me atingiu tanto, dispertou em mim a cautela na avaliação do Ser humano, nas leituras do mundo em que vivo. É uma obra não só marcante, mas transformadora, e como tal é mais que um Best-seller, é uma obra de arte.


Quando cria as personagens Mariam e Laila, Hosseini atinge todas as mulheres, tanto do mundo oriental quanto do ocidental. Apesar da nacionalidade, e consideradas as devidas proporções, somos todas como Mariam e Laila. Magistral a forma como o autor aproxima duas mulheres tão diferentes: na origem, na educação, na história de vida, nos sonhos, na personalidade. Quando suas desgraças têm origem no casamento com um homem violento e preconceituoso, suas histórias se aproximam e se mesclam, tornando-se a mesma história.

Por falar em história, Hosseine é um mestre na arte de contá-las. Sua narrativa simples é primorosa, e apesar de tratar de uma cultura totalmente estranha para nós, ocidentais, consegue nos envolver e nos tornar parte integrante daquela realidade longínqua, que só conhecemos pela televisão e pelos noticiários.

Leitura obrigatória. Não deixem de viver essa experiência fascinante e envolvente proporcionada pela obra de Khaled Hosseini, “A cidade do Sol”.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

CLARICE LISPECTOR JORNALISTA - Aparecida Nunes

Para quem ama Clarice e gosta de desvendar os mistérios da literatura. Para os que encontram no “ler” o néctar da vida, a leitura de “Clarice Lispector jornalista – páginas femininas e outras páginas” é uma grata surpresa, prazerosa e repleta de momentos fascinantes.


Ganhei o livro no meu aniversário, num fugaz encontro com a autora, no Bar Getúlio do Catete. Se é que se pode dizer “fugaz” uma conversa com a Cida. Sua sensibilidade e saber acadêmico dão o sabor que torna nossos encontros inesquecíveis. A leitura tardia se deve à minha resistência às leituras acadêmicas. Talvez o medo do contato com os conteúdos que mais amo ou mesmo fragilidade diante daquela Clarice que marcou minha carreira como professora de literatura, abruptamente interrompida por tecnocratas da educação. No entanto o que encontro é uma narrativa fluída, gostosa, sem academicismos maçantes, sem o tom professoral que marca as obras teóricas. Apesar de originária da pesquisa séria e aprofundada da autora, a leitura é lúdica, trazendo como bônus ao aprofundamento na carreira literária de Clarice, a leitura descompromissada de um livro de altíssima qualidade.
Sob pseudônimos como Tereza Quadros, Helen Palmer e Ilka Soares (vedete da década de 60) Clarice publica crônicas, atuando como jornalista em algumas revistas e jornais da época. A autora efetua uma análise dessa face clariciana, cruza momentos jornalísticos e literários com o panorama da época, seus personagens e fatos relacionados à vida e obra de Clarice Lispector.

Ao terminar a leitura fico pesarosa por ter levado tantos meses para folhear as páginas dessa obra imprescindível na biblioteca de uma apaixonada por literatura e, principalmente, por Clarice Lispector.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

O FÍSICO de Noah Gordon

Terminei hoje minha viagem pelas páginas da epopéia de um médico medieval, Rob Cole. A sensação de estar de volta - no tempo e no espaço - foi agradável e frustrante. Agradável por saber a salvo em meu quarto, em uma época menos violenta e mais esclarecida. Frustrante porque, apesar de alguns avanços, a natureza humana não evoluiu na mesma proporção da tecnologia.

Em "O FÍSICO", acompanhamos a trejetória de Rob, um menino pobre que persegue sua vocação para a cura. Nascido com o "dom" de efetuar a leitura da energia das pessoas, entende o recado divino e não recua diante de nenhum dos obstáculos que se apresentam à sua caminhada rumo ao conhecimento, que está no distante Oriente.

Uma leitura excelente, cheia de surpresas e emoções, a obra de Gordon é, sem qualquer dúvida, uma viagem emocionante pela Idade Média. As dificuldades, a ignorância do homem diante do radicalismo religioso, tanto no Oriente como no Ocidente. O mergulho nas páginas do livro provoca a reflexão para os fatos que hoje vivenciamos no Oriente - a guerra entre mulçumanos e israelitas - a intolerância religiosa e a luta por espaço naquela região de deserto, lutas milenares que se perpetuam diante de nossos olhos perplexos.

Outra inferência importante é a de que as mudanças são lentas e quase imperceptíveis. Rob quer - ao chegar em Londres - colocar seus conhecimentos a serviço da população. Encontra a resistência e a ignorância que colocam em risco a sua vida. Com ele pensamos: "Então por que tanto sofrimento? Por que? Se os seus conhecimentos não são uteis para os seus irmãos." A resposta chega nas últimas páginas do livro. Então entendemos. E sorrimos, quando nas últimas linhas, a compreensão da vontade divina se faz e percebemos como damos voltas quando a resposta está diante de nossos olhos. Descobrimos que a aproximação cega e que temos maior facilidade para olhar a distancia.

Aguardem, pois pretendo ler as outras obras desse autor dinâmico e sério na sua criação literária.

por Anália Maia

Noah Gordon é bastante conhecido por livros como O Rabino, O Diamante de Jerusalém, O Físico e Xamã. Misturando temática judaica com ciência e mística medieval, o autor tem seus romances presentes nas listas dos mais vendidos em cada país onde é lançado. Filho de judeus russos, ex-estudante de medicina e jornalista graduado fez da ficção seu laboratório de experimentações criativas
Noah Gordon é um escritor americano. Nasceu em 11 de Novembro de 1926 em Worcester, no estado de Massachusetts. Seus romances falam sobre história da medicina, ética médica e mais recentemente começou a focar em temas relacionados à Inquisição e a herança cultural judia.
Serviu no exército americano durante a Segunda Guerra Mundial. Após o fim da guerra entrou no curso pré-médico por pressão de seus pais, o qual cursou durante apenas um semestre, pedindo transferência para o curso de jornalismo. Se formou como jornalista em 1950. Atuou como editor de algumas revistas científicas e publicou o seu primeiro romance (Rabii) em 1965.