sábado, 18 de julho de 2009

EVOCAÇÃO - Minha Vida ao lado do CHE


"Adeus, minha única,
não tremas ante a fome dos lobos
nem no frio estépico da ausência;
do lado do coração te levo
e juntos seguiremos até que o caminho se
desvaneça..." (CHE)

A obra de Aleida March, esposa de Ernesto Che Guevara, revela o homem apaixonado e pai que foi o maior revolucionário da história da humanidade. Impossível separar o homem do comandante, o ser humano do lider, o marido do sonhador que acreditava que o mundo poderia ser mais justo.

"[...] Assim amo você, com lembranças de café amargo em cada manhã sem nome e com sabor de carne limpa da covinha do seu joelho, um charuto de cinza equilibrista e um resmungo incoerente defendendo o impoluto travesseiro[...]" (CHE)

A narrativa de Aleida, antes de piegas e carregada de intimidade, é um tributo ao homem revolucionário cuja a maior característica sempre foi a coerência. A teoria socialista levada à mais radical ação, Che jamais teve um deslize, por menor que fosse, de suas idéias de justiça social.

Muitos o odeiam, outros o amam, mas ninguém pode negar a sinceridade e honradez com que defendeu seus ideais. Podem sim, questionar suas idéias, seus sonhos, mas jamais sua autenticidade.

Aleida nos mostra esse homem, poeta, filósofo, estudioso, leitor compulsivo, revolucionário, marido e pai. Esta última qualidade apenas vivenciada no coração.


"[sonharei com você e com os meninos que vão crescendo inexoralvemnte. Que imagem estranha eles devem fazer de mim e que dificil será que algum dia me amem como pai e não como o monstro distante e venerado, porque será uma obrigação fazê-lo.
Quando eu partir, deixarei para voce uns livros e notas, guarde-os... Eduque as crianças. Sempre me procupam os homens, sobretudo... ]"


As inúmeras leituras que efetuei sobre essa personagem confirmam, de uma forma ou de outra, que tudo o que se sabe sobre sua conduta e personalidade não é fantasia. Um homem para ser admirado, respeitado, pelos seus amigos, admiradores e inimigos.
Termino com as palavras de Aleida quando, após trinta anos, recupera os restos mortais do marido e lhe dá o enterro digno de um estadista:
"Na fria manhã de 28 de junho de 1997, aparecia em Valle Grande a cova com os restos de sete dos companheiros mortos, entre eles CHE. Se a notícia da sua morte surpreendeu o mundo, o achado da cova que conteve os seus restos por quase trinta anos [...] acentuou enormemente o exemplo da sua vida, em momentos nos quais o mundo passava por uma das suas provações mais nefastas: o desaparecimento do socialismo e a implantação de uma política hegemônica neoliberal e unilateral. Era como se CHE, mais uma vez, tivesse se levantado a fim de nos convocar para uma nova batalha."
Mas, apesar de vencido pelo imperialismo, CHE é um vencedor. Deixou em nossos corações o exemplo de retidão, coerência e amor pela humanidade.

2 comentários:

wellcorp disse...

Oi Analia! Só passei pra te deixar um beijão e um abração!!!Senhora das letras! Parabéns pelo Blog e pela paixão pelos livros, se eu lesse como você lê eu seria um Carlos Drumond de Andrade e não o ensaísta da Welington Corporation...
Um abraço pro Che, assim que ele se recuperar da morte súbita, pede pra ele visitar meu Blog.

Welington José Ferreira.

João Videira Santos disse...

Queridissima Amiga:

Um belissimo post.

Goste-se ou não, Che foi um romântico, um revolucionário que a cobardia do homem matou e expô como um animal...

Felicito-a por trazer à memória a sua lembrança nas palavras da sua companheira.

Beijo