quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

CLARICE LISPECTOR JORNALISTA - Aparecida Nunes

Para quem ama Clarice e gosta de desvendar os mistérios da literatura. Para os que encontram no “ler” o néctar da vida, a leitura de “Clarice Lispector jornalista – páginas femininas e outras páginas” é uma grata surpresa, prazerosa e repleta de momentos fascinantes.


Ganhei o livro no meu aniversário, num fugaz encontro com a autora, no Bar Getúlio do Catete. Se é que se pode dizer “fugaz” uma conversa com a Cida. Sua sensibilidade e saber acadêmico dão o sabor que torna nossos encontros inesquecíveis. A leitura tardia se deve à minha resistência às leituras acadêmicas. Talvez o medo do contato com os conteúdos que mais amo ou mesmo fragilidade diante daquela Clarice que marcou minha carreira como professora de literatura, abruptamente interrompida por tecnocratas da educação. No entanto o que encontro é uma narrativa fluída, gostosa, sem academicismos maçantes, sem o tom professoral que marca as obras teóricas. Apesar de originária da pesquisa séria e aprofundada da autora, a leitura é lúdica, trazendo como bônus ao aprofundamento na carreira literária de Clarice, a leitura descompromissada de um livro de altíssima qualidade.
Sob pseudônimos como Tereza Quadros, Helen Palmer e Ilka Soares (vedete da década de 60) Clarice publica crônicas, atuando como jornalista em algumas revistas e jornais da época. A autora efetua uma análise dessa face clariciana, cruza momentos jornalísticos e literários com o panorama da época, seus personagens e fatos relacionados à vida e obra de Clarice Lispector.

Ao terminar a leitura fico pesarosa por ter levado tantos meses para folhear as páginas dessa obra imprescindível na biblioteca de uma apaixonada por literatura e, principalmente, por Clarice Lispector.

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