terça-feira, 26 de janeiro de 2010
sábado, 23 de janeiro de 2010
Paulo Leminski e John Grisham
Todo este preâmbulo para falar um pouquinho da minha última leitura.
Antes quero lembrar que há mais de dois anos leio o que “me der na telha”, não tenho mais compromisso com a literatura acadêmica, leio qualquer coisa que me der prazer.
Quero lembrar ainda que a minha penúltima leitura foi uma biografia. Não posso tecer grandes elogios, mas também não quero criticar, até porque levei a leitura até o fim. Talvez mais pelo biografado que pelo biógrafo. Paulo Leminski é realmente uma personagem fascinante. Espero que outras biografias sejam escritas, pois tenho certeza que um autor menos envolvido como Toninho Vaz possa nos trazer mais luzes sobre o pensar, o sentir e o fazer poético leminskiano.
Uma leitura que, de início seria apenas um “thriller” daqueles de nos fazer perder o sono, transforma-se numa obra de reflexão e pensar.
A obra é bem estruturada, suas 564 páginas encerram quatro semanas, tempo que o condenado no corredor da morte – USM (unidade de segurança máxima) no Mississipi – ainda possui para tentar reverter a condenação de morte pela câmera de gás. Nada é dito na literalidade, nada é dado de graça pelo autor, são duas obras no mesmo livro. A primeira, e mais evidente, é o Best-sellers, o thriller, a narrativa regurgitada, pronta, gerando o leitor passivo. A segunda, não escrita, é esotérica, camuflada nas entrelinhas, requer um leitor ativo, um interlocutor que desenvolva a narrativa com o autor.
É um bom livro. Nesses momentos fico muito frustrada por não saber ler em inglês. A leitura no original deve ser fantástica.
domingo, 10 de janeiro de 2010
MENTIRAS NO DIVÃ
domingo, 3 de janeiro de 2010
ANO NOVO - FERIADO DE 4 DIAS
Passei o final de semana prolongado, com minha filha viajando, assistindo os filmes que mais gosto. Foi difícil escolher, alguns seriam para recordar (já os havia visto algumas vezes) outros inéditos (para mim) apesar de conhecer os seus criadores e os diretores.
Carlos Saura, minha grande paixão. Dele escolhi dois filmes já assistidos algumas vezes, "Mamãe faz 100 anos" e "Tango", este último magnífico, que sempre me arrepia e me faz aplaudir sozinha, em casa.
Costa Gravas com o filme "Z", concretiza as imagens que vivencei na leitura do livro. Alimenta nossa revolta, a indignação que sentimos pelo alcance do poder totalitário, que não aceita e pune idéias, sonhos de paz e liberdade. O livro me deixou triste, o filme deu vida à essa tristeza. Jamais seremos livres, jamais haverá paz e harmonia entre os homens, suas vaidades, seus egos enormes e sua baixa auto estima não permitem e nunca deixarão que o discurso pacifista alcance o poder. Quando digo poder sinto a desarmonia da idéia com o discurso, quero dizer: a amplitude da paz apesar do Homem.
Apesar de tudo, ainda acredito no homem, na sua capacidade de recuperação, sua resistencia e sensibilidade.
O filme trata ainda da responsabilidade que a poesia possui em relação ao social.
Se tivesse que indicar um desses, seria NOSSA MÚSICA. Filme incrível e profundo, como toda a produção de Jean-Luc Godard