domingo, 13 de dezembro de 2009
TREM NOTURNO PARA LISBOA
terça-feira, 24 de novembro de 2009
ANIVERSÁRIO DE MAMÃE E O GUARDIÃO DA FLOR DE LÓTUS
A família nos anos em que não acreditávamos na morte.
Mamãe partiu às 14h35 do dia 21 de novembro. Cinco minutos antes de chegar ao Repouso Santa Teresa, onde estava sendo cuidada. Desde então meu coração bate mais rápido, minha vontade ficou pequena, meu olhar se entristeceu, minha vida parou, estagnou como se não houvesse mais nada a fazer aqui.
Aqueles que me conhecem um pouco sabem que toda a leitura de mundo que efetuo é desencadeada pela literatura. Estava lendo "O Guardião da Flor de Lótus", de Andrés Pascual, um escritor espanhol. Já estava terminando a leitura quando mamãe se despediu da vida. Dopada, com uma carga de 2mg de Rivotril de manhã e outra antes de dormir, não tive ânimo para ler. Só ontem resolvi terminar as últimas páginas do livro que até então estava me despertando tanto interesse. Não vou comentá-lo, transcrevo alguns trechos que marquei e deixo com meus poucos leitores as conclusões, ou melhor, as inferências.
"[...] - Quando alguém próximo morre, você deixa de ser a pessoa que era [...] A morte está muito mais próxima do que as estrelas, mas não queremos vê-la. No entanto acreditamos compreender a distância desses pontos de luz, mesmo sabendo que quando os fitamos eles já deixaram de existir." p.342
"[...] A perda de um ser querido é o que causa a modificação mais severa em nosso ser, que muda segundo a segundo com o resto do Cosmo. Mas não devemos nos esquecer de que quem falece renasce noutro lugar e noutra coisa, convertendo-se no fruto dos atos que ele mesmo e o resto da humanidade fomos consumando ao longo da vida. Por isso, você deve superar suas aflições e fazer com determinação o que as pessoas que ainda estão neste mundo esperam de você." p.343
"[...] No Ocidente, vocês carecem de pilares para sustentar relações de compromisso verdadeiras. São educados na realização a partir de individualidade, potencializando a competitividade e o êxito como grande meio de alcançar a felicidade. Sempre necessitam mais e, ao mesmo tempo, permanecem vazios por dentro. Por isso, quando algo se frustra, como nesse caso com a doença (e morte) de um ser querido, cai por terra aquilo que conseguiram ilusoriamente com sua busca egoísta." p.405
"[...] O amor e a entrega aos que nos rodeiam nos tornam livres, nos permitem prescindir de nossas atuaduras pessoais e superar nossas limitações. A nossa existência deixa de ser finita, já que permanece nas pessoas que amamos." p.406
Quero agradecer à minha filha amada, aos amigos e colegas que estiveram ao meu lado, agradeço os abraços, as mensagens de solidariedade, agradeço a presença no Francisco de Paula, agradeço as lembranças boas que guardam de Dona Therezinha.
Mãezinha, FELIZ ANIVERSÁRIO, seja lá onde estiver, com quem estiver, siga seu caminho de luz e deixe de se preocupar conosco, saberemos utilizar seu exemplo e a educação que nos deu. Beijos com saudades.
Sua filha
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
DE CUBA, COM CARINHO
sábado, 7 de novembro de 2009
O SEQUESTRO DE EDGARDO MORTARA
Kertzer nos apresenta um romance envolvente, a narrativa fluente e os fatos devidamente comprovados, com citações de documentos históricos, proporcionam a viagem no tempo da unificação da Itália de meados do século XIX.
Alguns acontecimentos desconhecidos nos fazem repensar afirmações atuais. Descobrimos que há deturpações importantes na história oficial: a estrela de Davi amarela que os judeus eram obrigados a usar nos campos nazistas, já era utilizada pela Igreja muito antes do Séc. XIX e a inquisição não terminou com a Idade Média, o Santo Ofício permaneceu atuante até o início do Século XX.
Entendo que “O Seqüestro de Edgardo Mortara” é obra que deverá integrar qualquer biblioteca comprometida com seu tempo, por ser um documento importante para aqueles que questionam e querem entender o presente.
Para descortinar a origem dos conflitos, das questões sociais e políticas do século XXI é necessário buscar na história da humanidade as respostas.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Triologia MILLENNIUM - Stieg Larsson
O Jornalismo é quase divinizado na narrativa de Larsson – talvez por sua formação acadêmica – não há, em nenhum dos volumes qualquer crítica à seriedade do jornalismo na Suécia. As soluções para a corrupção, as injustiças sociais e outras patologias humanas, são atribuídas ao jornalismo, com isso lhe é cobrado o comprometimento com o social, com a justiça e o cidadão.
Larsson nos oferece uma leitura lúdica, mas não inócua. Um divertimento instigante numa linguagem fácil que não deixa margem de erro, não há nada a buscar nas entrelinhas. Sua narrativa é direta e objetiva, como num filme policial de qualidade duvidosa. O mérito está na tecedura, na escolha do tema e na sua exploração. Pela primeira vez leio uma obra na qual a mulher é retratada com realidade (apesar do aparente exagero). Todas as mulheres vivem em Salander; de todas as classes sociais, de todas as crenças, de todas as opções sexuais, as mulheres exploradas e as exploradoras.
São três volumes: Os homens que não amavam as mulheres, A menina que brincava com fogo e A Rainha do Castelo de Ar. O que mais gostei foi o último, onde o autor se esmera na técnica narrativa e consegue prender nosso interesse em cada página das mais de 600 que o livro possui.
Indico a leitura sem medo de errar, tenho certeza que todos gostarão de viver as aventuras (e desventuras) desses dois personagens apaixonantes.
domingo, 18 de outubro de 2009
ARCA RUSSA - Aleksandr Sokúrov
Muita gente acredita que “Arca Russa” oferece uma pista inequívoca daquilo que poderá ser o futuro do cinema. Como grandes clássicos do passado (”Cidadão Kane”), o trabalho de Sokurov exigiu que um equipamento especial fosse adaptado para poder realizar o projeto ambicioso. O cineasta e o diretor de fotografia, Tilman Büttner, tiveram que inventar uma maneira de captar as imagens de forma 100% digital. Essa tecnologia já existia, mas não a possibilidade de gravar 97 minutos de filme sem cortes. O filme digital, em tese, teria que ter cortes. Por isso, a câmera utilizada no longa precisou ser ligada a um disco rígido especial, que armazenava os dados digitais à medida em que as cenas iam sendo captadas.
Um breve resumo do enredo, acrescido de alguns números, podem dar uma idéia do tamanho hercúleo da tarefa. O longa narra um passeio de dois personagens por 35 salas, pátios, corredores e escadas do museu Hermitage, em São Petersburgo (Rússia). Não é uma tour comum; nela, 3 mil figurantes, todos devidamente caracterizados com os figurinos pomposos, característicos da monarquia russa, encenam grandes e pequenos momentos de 300 anos da história do país, entre os séculos XVII e XX. Os espectadores ficam conhecendo personagens históricos como os czares Pedro o Grande, Catarina a Grande, Catarina II e Nicolau.
Do ponto de vista técnico, portanto, o projeto é capaz de fazer uma campanha logística como a responsável pela trilogia “O Senhor dos Anéis” parecer festa de aniversário de criança. Além disso, a fotografia, a cenografia e os figurinos se casam maravilhosamente, gerando um filme rico de conteúdo e com imagens de beleza plástica inconfundível. Sokurov logra sucesso em um dos objetivos declarados de “Arca Russa”: retratar o museu Hermitage como uma espécie de repositório orgânico, quase vivo, da cultura de um povo. O filme atinge admiravelmente esse propósito, inclusive quando realiza a crítica dessa mesma cultura, através do enigmático personagem do Europeu (Sergei Dreiden). Ele não economiza ironia, ao comentar sobre a vontade dos monarcas russos em copiar os franceses.
Em “Arca Russa”, nenhuma resposta a essa pergunta satisfaz inteiramente. Parece óbvio, entretanto, que Sokurov tenta travar um diálogo com uma geração anterior; particularmente, com Sergei Eisenstein. O mestre formalista foi o homem que elevou o conceito de montagem ao nível de arte. Através de obras como “O Encouraçado Potemkim” (1925), Eisenstein mostrou que o cinema criava significado através da justaposição de planos – ou seja, através do corte. Em outras palavras, que o significado que emanava do choque entre duas tomadas isoladas não estava, sozinho, contido em nenhuma delas. A cena de uma criança chorando não significa nada além disso. Um plano de um prato vazio também não. Juntas, essas duas imagens geram uma imagem mental na platéia: fome. Esse conceito foi, depois, ampliado e refinado pelos gigantes na arte do filme, como Stanley Kubrick. Todo o cinema contemporâneo presta tributo a Eisenstein.
Talvez “Arca Russa” tenha a pretensão de oferecer um caminho alternativo ao criador de “Potemkim”, porque, de fato, o trabalho de Sokurov consegue ultrapassar esse problema. Mesmo sem cortes, o conterrâneo de Eisenstein também consegue construir imagens mentais que não estão estritamente contidas nas cenas que vemos na tela. Os 30 minutos finais do longa são o melhor exemplo disso – e também o melhor momento do filme. Vemos a última ceia da família Romanov (evocando a Santa Ceia). Depois, o último baile dos nobres russos, antes da revolução de 1917. A saída das centenas de nobres do prédio principal, em silêncio, imprime uma sensação de nostalgia e desolação que correspondem, em última análise, à imagem mental que a montagem de Eisenstein sempre se preocupou em evocar. O fato de o Europeu avisar ao colega-câmera que não pretende deixar o lugar apenas reforça essa nostalgia. Trata-se do final de uma era, o último suspiro de um período. A calma antes da tempestade.
Arca Russa (Russkij Kovcheg, Rússia/Alemanha, 2002)
Direção: Alekxandr Sokurov
Elenco: Sergey Dreiden, Maria Kuznetsova, Mikhail Piotrovsky, David Giorgobiani
Duração: 97 minutos
FONTE: http://www.cinereporter.com.br/dvd/arca-russa/
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
IDIOCRACY
Idiocracy
por André Silva Navarro
Idiocracy começa terrivelmente mal: insinuando que a espécie humana está ficando cada vez mais estúpida por motivos genéticos - mais especificamente, porque as pessoas inteligentes não estão tendo filhos e as burras estão, como se a inteligência de um pessoa dependesse inteiramente dos pais. E isso é uma gigantesca estupidez, o que é irônico considerando que estupidez é justamente o que o diretor e roteirista Mike Judge condena neste filme. Aliás, de acordo com a introdução do filme, só existem pessoas burras e inteligentes, sem nada no meio. Pior: pessoas burras ou de inteligência normal aparentemente são incapazes de feitos grandiosos, sendo fadadas a levar suas vidas de forma quieta e inútil. E como se isso tudo não fosse suficiente, Judge ainda parece acreditar que o fator determinante do "valor" de um indivíduo é apenas seu QI.
Felizmente, o filme deixa essa postura retardada para trás a partir do momento que o protagonista - o insignificante Joe Bauers (Luke Wilson) - e uma prostituta chamada Rita (Maya Rudolph) são congelados numa experiência militar e, por acidente, só acordam quinhentos anos depois e dão de cara com uma sociedade incrivelmente imbecil, populada por seres humanos facilmente manipulados por comerciais e cujo filme favorito chama-se "Bunda" e consiste de uma bunda sendo filmada peidando por noventa minutos. Incapaz de achar soluções para o lixo e para a alimentação, esta sociedade do futuro acaba sendo surpreendentemente verossímil, já que é possível traçar vários paralelos com os dias de hoje: os comerciais manipulativos, os filmes preguiçosos que fazem sucesso, o crescente uso da tecnologia para aumentar o conforto dos humanos - o que me fez lembrar do fabuloso Wall-E, onde as pessoas do futuro usam poltronas flutuantes para se deslocar. E nesta sociedade medíocre, os medianos Joe e Rita são considerados gênios - algo que os coloca em péssimas situações. Porém, o erro de Judge (e do co-roteirista Etan Cohen) é achar que a humanidade chegaria a esse ponto devido à reprodução de pessoas burras sendo maior que a de pessoas inteligentes (até dói escrever isso). Não, se a humanidade chegar a tal decadência, será por nossa própria culpa - nos deixando manipular pelos confortos de hoje em dia e ficando cada vez com mais preguiça de pensar.
Se ignorarmos esta ridícula postura de Idiocracy, o filme se transforma numa comédia surpreendentemente eficaz e que, mesmo equivocada, se torna socialmente relevante ao tocar em certos aspectos. Repare, por exemplo, como a polícia do futuro cerca um carro supostamente com gente dentro e o metralha impiedosamente (até uma bazuca é usada) - numa referência clara à brutalidade policial de hoje (o que me fez lembrar tristemente do garoto de três anos, João Roberto, morto por dois PMs). Ou como uma bebida chamada Brawndo substitui completamente a água, que passa a ser usada apenas em vasos sanitários.
O filme também acerta ao extrair humor da burrice da sociedade do futuro - com destaque para a brilhante cena em que Joe tenta explicar aos ministros porque água é melhor do que Brawndo para fazer plantas crescerem ("Mas Brawndo tem eletrolitos!"). Apesar de ter uma filosofia distorcida no que diz respeito à espécie humana, Mike Judge definitivamente tem talento para humor, e não pude deixar de rir em diversas cenas - algo que não faço com facilidade. O roteiro dele e de Etan Cohen consegue criar novas maneiras de complicar a vida de seus protagonistas, e jamais transforma Joe ou Rita em "gênios" de repente - eles permanecem consistentes do início ao fim, sendo apenas o cenário em volta deles que muda.
Na direção, Judge também faz um bom trabalho, escolhendo ângulos e movimentos de câmera que realçam a comédia. O filme também é muito beneficiado pelo seu ótimo elenco - começando com Luke Wilson, que compõe o protagonista mais mediano que você possa imaginar. Com bom timing cômico, ele carrega o filme facilmente sem desperdiçar nenhuma gag. Maya Rudolph está razoável, sem brilhar mas sem prejudicar. Dax Shepard está hilário como o retardado Frito e Terry Crews, impecável como o presidente Camacho (seus discursos são impagáveis). Não há um único membro do elenco que não convença como um completo imbecil.
Idiocracy é realmente engraçado, só é pena que seja tão equivocado a respeito do que pode levar a humanidade à ruína - não é QI ou genética, somos nós. Porque se fosse impossível fazer as pessoas mudarem de idéia só porque são burras ou inteligentes ou que quer que seja, nós já teríamos sido extintos há muito tempo.
http://www.cinemaemcena.com.br/Critica_Detalhe.aspx?id_critica=7221&id_tipo_critica=1
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
HOUSE e a Filosofia - Todo Mundo Mente
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Semana Especial
Preciso fazer um parênteses para explicar como esse livro veio dar à minha estante.
Em nenhum momento a obra esteve na minha lista de espera para leitura. No entanto, minha mania de vasculhar sebos me levou a adquirir a tão comentada e polêmica obra, que provocou a ira do Jihad Islâmico.
Iniciei a leitura. Vislumbrei a alegoria utilizada pelo autor, acreditei que seria um desses livros inesquecíveis e repletos de ciladas intelectuais. Mas uma barreira intransponível se colocou diante de minha curiosidade, não tenho qualquer conhecimento, por menor que seja, da cultura islâmica, mulçumana. Alguns trechos se tornaram incompreensíveis e fui obrigada a abandonar a leitura nas 110 de suas 511 páginas. Na verdade pretendo retomar essa leitura, após acessar informações que possibilitem meu diálogo com o autor.
A narrativa é efetuada pelo protagonista, jornalista cujo nome não é revelado, suas paixões; xadrez e jazz entre outras. Numa narrativa aparentemente caótica e gótica, o leitor compartilha com o personagem narrador da insegurança vivenciada em nossos dias, no Rio de Janeiro, zona sul, a solidão e o individualismo.
Durante a leitura compartilhamos da desesperança do personagem:
“[...] Eu tenho uma teoria: o ser humano não foi geneticamente programado para ser feliz. Comer, dormir, trepar, envelhecer, morrer – estes são os autênticos objetivos de nossa espécie. Em algum momento, porém, os homens encafifaram que tinham que ser felizes. A busca da felicidade é um equívoco, e é sobre esse equívoco que se constroem todas as relações sociais.[...]” e assim vai, todas as mulheres são vagabundas, nada é realmente importante, até que, no final do livro o personagem trava uma conversa com o autor. (Muito legal esse artifício criando um contra ponto no diálogo com o leitor). Nesse diálogo a narrativa, que até então apresentava uma essência existencialista, fica “careta”. Toda a magia da existência do vampiro que o narrador acreditava ser, sua relação com o lado negro que todos nós possuímos, seus temores, é anulado, evaporando-se no discurso “lugar comum” do autor:
“[...] Jovens desorientados, angustiados, donos de uma liberdade inútil, da qual não sabem tirar proveito. Já não se submetem aos valores antiquados de seus pais, mas não sabem que rumo tomar, carecem de referenciais, exemplos, metas.[...]” Pena! Não gostei do desfecho, considerei a análise do autor simplista, fico com os pensamentos perturbados do personagem narrador, são mais literários.
Mas não me arrependo do tempo gasto, o livro é incrível, prende a atenção, bem escrito, uma verdadeira obra de arte. Se concordo ou não.... importância não há, sou apenas uma leitora.
Anjos e Demônios é uma obra em que tudo é permitido, o filme deve ser intenso, movimentado como as melhores películas de ação de Hollyhood.
sábado, 18 de julho de 2009
EVOCAÇÃO - Minha Vida ao lado do CHE
"[...] Assim amo você, com lembranças de café amargo em cada manhã sem nome e com sabor de carne limpa da covinha do seu joelho, um charuto de cinza equilibrista e um resmungo incoerente defendendo o impoluto travesseiro[...]" (CHE)
Muitos o odeiam, outros o amam, mas ninguém pode negar a sinceridade e honradez com que defendeu seus ideais. Podem sim, questionar suas idéias, seus sonhos, mas jamais sua autenticidade.
Aleida nos mostra esse homem, poeta, filósofo, estudioso, leitor compulsivo, revolucionário, marido e pai. Esta última qualidade apenas vivenciada no coração.
"[sonharei com você e com os meninos que vão crescendo inexoralvemnte. Que imagem estranha eles devem fazer de mim e que dificil será que algum dia me amem como pai e não como o monstro distante e venerado, porque será uma obrigação fazê-lo.
domingo, 14 de junho de 2009
AO ENTARDECER (EVENING)
Acredita-se que muitos erros foram praticados, os acertos são negligenciados, o sentimento de importância, a certeza de ser especial, único, é abalada pelo olhar crítico e maduro do homem velho.
O sofrimento se instala, as rugas se aprofundam, a esperança se esvai, no reflexo do corpo, carcomido e triste, no espelho do quarto.
Será que esse sentimento é compartilhado por todos aqueles que chegam à senilidade? Será que as lágrimas do velho – muitas vezes atribuídas à demência senil – são reflexos dessa lucidez?
Vai saber!
O filme “Ao entardecer” com a direção de Lajos Koltai, baseado no romance de Susan Minot, com um elenco que conta com nomes como Vanessa Redgrave (magistral) Meryl Streep, Glenn Close entre outros, apresenta o momento final da vida com um lirismo e beleza incríveis. A fotografia é primorosa e a mensagem de uma sutileza que talvez passe despercebida do espectador descuidado.
Na retaguarda da narrativa de “Uma viagem emocional sobre um amor eterno e o profundo laço entre mãe e filha, EVENING reúne gerações de mulheres em um conto vivido em dois momentos, a juventude de duas grandes amigas, e seu reencontro nos dias de hoje, ao lado das filhas já crescidas.” (sinopse do site InterFilmes.com) tem-se uma reflexão madura e realista da vida vista pela presença da morte. Na verdade a morte é poética, apresentada mais como final do espetáculo, como o descer da cortina sob aplausos da platéia. Belíssimo poema à vida, lirismo acentuado na fotografia e no texto. As inferências são valiosas, principalmente para aqueles que já estão vivenciando o aproximar da viagem de volta, o grand finale.
domingo, 7 de junho de 2009
O PALÁCIO DE ESPELHO
QUEIME DESPOIS DE LER
sexta-feira, 22 de maio de 2009
ARTHUR & GEORGE - JULIAN BARNES
Sir Arthur Conan Doyle
Julian Barnes nasceu em 1946 em Leicester, Inglaterra. Foi vencedor de diversos prêmios literários importantes. Atualmente vive em Londres.
Agradeço a dica do meu amigo, companheiro no amor pela Arte e pela Literatura.
domingo, 10 de maio de 2009
A CERTIDÃO DA TERRA
sábado, 2 de maio de 2009
IN ON IT
Pelo pagamento de um só ingresso você se delicia com duas peças, uma embutida na outra, ambas carregadas de emoção e humor.
Estava com sede de teatro, ao mesmo tempo desesperada pela invasão de peças ruins e besterol que assolou o Rio de Janeiro. Foi muito gratificante sentar na primeira fila do teatro Oi Futuro RJ e me alimentar dos talentosos Emílio de Mello e Fernando Eiras.
Mas não posso deixar de apontar para o casamento perfeito desses dois atores, eles se completam no palco, com suas divergências emocionais e presenças diferentes, mas marcantes.
Chorei com Fernando, gargalhei com Emílio, impactei com o texto (magnífico), sofri com minha realidade espelhada pelo espetáculo, despudoradamente nua diante do óbvio, “é a vida!”, que vez ou outra um dos personagens do Fernando dizia, assim, na nossa cara: “é a vida!”.
A ferida exposta, a racionalidade cruel, o amor, o ódio, a alegria e tristeza, mas, acima de tudo a bizarra realidade do “é a vida!”.
A propósito, com a licença do autor, do elenco e de toda a equipe, adorei o “Que meigo!” irônico, vou adotar, aliás... já adotei.
QUE MEIGO!
sábado, 25 de abril de 2009
muito longe de casa
“Estou empurrando um carrinho de mão enferrujado numa cidade em que o ar cheira a sangue e carne queimada. A brisa traz o pranto débil de corpos mutilados que dão o ultimo suspiro (...) As moscas estão tão excitadas e intoxicadas que caem nas poças de sangue e morrem. (...) Consigo sentir o calor do meu rifle AK-47 nas minhas costas; não lembro quando atirei com ele da última vez (...)”. P. 21
Por todos os motivos, valor literário, realismo, depoimento fidedigno, semelhanças com nossa realidade urbana ou pelo valor estimulante da luta interior como melhor caminho, a determinação e a coragem de recomeçar, a leitura de "Muito longe de Casa" é importante e não deve ser negligenciada.
terça-feira, 21 de abril de 2009
A GUERRA DO FIM DO MUNDO
MARIO VARGAS LLOSA
Mario Vargas Llosa (nascido Jorge Mario Vargas Llosa) ( Arequipa, Peru, 28 de março de 1936), é um dos maiores escritores de língua espanhola, reconhecido, em nível mundial, como romancista, jornalista, ensaista e político.
sábado, 21 de março de 2009
O ÚLTIMO PAPA
Lembro que na época da morte de Albino Luciane o mundo questionou a veracidade do infarto, acreditando que o papa teria sido assassinado por divulgar sua intenção em mover uma auditoria no Banco do Vaticano.
Rocha utiliza personagens reais e fictícios para despertar no leitor a curiosidade e levantar suspeitas sobre a passagem desse papa ímpar pela Igreja.
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
CARNAVAL 2009
Mas foi exatamente igual, em casa, cuidando da família e.... assistindo filmes. Na sexta-feira (este hífen permanece?), enfim, com ou sem hífen, passei na locadora e peguei alguns filmes para o Carnaval. Geralmente acerto em cinquenta por cento, mas dessa vez tive sorte, acertei em cheio. As histórias, da multiplicidade dos gêneros, atingiram minha emoção e minhas reflexões.
"O Mahabharata" partes I, II e III - são três DVDs. Parece que é muito, mas o filme é tão empolgante que nem percebi o passar do tempo. É bem verdade que interessa mais aos aficcionados do induísmo. Sobre este escrevi um texto que está no meu outro blog cujo o endereço é http://sadhanalia.blogspot.com/, passa lá e dê uma espiadinha.... hoje estou hilária!
"O Inquilino" Um detetive procura um matador impiedoso que tem assassinado prostitutas em West Hollywood. Tudo indica que os métodos sombrios do assassino são idênticos aos do famoso psicopata da Londres do século 19 conhecido como Jack, o Estripador. Para piorar as coisas, o detetive logo percebe que há coincidências entre os crimes cometidos pelo bandido e os cometidos por outro serial killer preso anos antes.
Gênero: Suspense
Tempo: 95 min.
Lançamento: 2009
Lançamento DVD: Jan de 2009
Distribuidora: Sony Pictures
"A Estranha Perfeita" - A jornalista Rowena (Halle Berry) resolve fazer uma investigação independente do assassinato de uma amiga. Assim, ela começa a mergulhar no universo dela, disfarçando-se tanto no mundo real quanto no virtual, da internet, e acaba se envolvendo em um relacionamento complicado e obsessivo on-line com um homem (interpretado por Bruce Willis).
Gênero: Suspense
Tempo: 109 min.
Lançamento: 13 de Abr, 2007
Lançamento DVD: Set de 2007
Classificação: 14 anos
Distribuidora: Columbia
"A Escolha Perfeita"Um jovem, que foi abandonado pelos pais ainda na infância, sofreu vários tipos de abuso em lares adotivos. Já adulto, sofre com pesadelos que se tornam cada vez mais constantes e violentos, mas tenta ajeitar a situação com a ajuda de um psiquiatra. Um dia, ele conhece uma garota que tem tantos problemas quanto ele. Eles começam um relacionamento que parece ser a solução dos problemas que cada um enfrentou no passado, um dando o suporte necessário para o outro. Porém, os pesadelos dele voltam com mais força, em certa altura, colocando não só o relacionamento dos dois em risco, mas as suas vidas também. "
Título Original: A Perfect Fit.Origem: Estados Unidos, 2005.Direção: Ron Brown.Roteiro: Ron Brown.Produção: G. Mac Brown, Ron Brown, Alexander Klymko e Elana Pianko. Fotografia: Learan Kahanov.Edição: Joe Hobeck.Música: Michael Montes.
"Control" - Este foi a escolha perfeita - não plageando o filme acima - adorei. Naturalmente que não posso compará-lo com o Mahabharata, que é outro "lance", relacionado com minha evolução interior. Mas "Control" é uma obra de arte. Magnífico. Até a sinopse no verso está bem feita, retratando com primor o conteúdo do filme.